CRIOLO

O MC, cantor e compositor Criolo iniciou sua carreira em 1989. Paulistano do bairro de Santo Amaro e criado no Grajaú, Kleber Gomes, o Criolo, escreveu seu primeiro rap aos 11 anos e sua primeira canção aos 25. Criador da Rinha dos MCs, dedicada às batalhas de improvisação, lançou em 2006 Ainda Há Tempo, seu primeiro registro em estúdio com tiragem de 500 unidades. Em 2011 despontou no cenário musical brasileiro com Nó na Orelha, um dos álbuns mais comentados da última década na cena nacional. A turnê do disco passou por mais de dez estados brasileiros, além de Buenos Aires, Nova York (Summer Stage, no Central Park), Paris, Milão, Roma e Londres, onde tocou ao lado de Mulatu Astatke).

Em 2013 disponibilizou para download gratuito o vídeo na íntegra do show Nó na Orelha – Ao vivo no Circo Voador e lançou o DVD Criolo e Emicida – Ao vivo, dirigido por Andrucha Waddington, Paula Lavigne e Ricardo Della Rosa. Em outubro de 2013 lançou, nos formatos vinil e digital, Duas de Cinco, single com duas faixas inéditas produzidas por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. Em 2014, a convite da Academia de Artes de Berlim, apresentou o Festival da Poesia de Berlim e participou do Midem, feira dedicada a negócios da música, em Cannes na França. Lançou o curta-metragem Duas De Cinco + Coccix-ência, dirigido por Denis Cisma e realizou uma pequena turnê intitulada Linha de Frente ao lado de Milton Nascimento. Ainda em 2014, Criolo lança Convoque seu Buda (também pela Oloko Records). Autor de versos fortes e críticas sociais expressivas, já se apresentou ao lado de Caetano Veloso e Milton Nascimento, fez uma turnê e gravou um disco em homenagem à Tim Maia com Ivete Sangalo, além de ter composições registradas em álbuns de Ney Matogrosso, Tom Zé e Gal Costa. Em 2015, Criolo atuou no cinema nos filmes Jonas, da diretora Lô Politi e Tudo que Aprendemos Juntos, de Sérgio Machado. Nos meses de janeiro e julho, o rapper realizou turnês pela Europa, passando por França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Portugal, Holanda e Bélgica. Também esteve a Argentina e no festival Womad, na Austrália.

Em 2016, Criolo estreou novo show no formato clássico das apresentações de hip hop, acompanhado apenas por DJ DanDan e DJ Marco, respectivamente nas dobras de voz e toca-discos. A turnê é um espetáculo audiovisual, com direção artística e cenografia de Alexandre Orion, a partir dela, Criolo também relançou com novos arranjos o disco Ainda Há Tempo no mesmo ano. No ano seguinte, Criolo se apresentou no Lollapalooza 2017, e, em 28 de abril, lançou, em formato digital, junto a primeira edição de uma publicação online (a Revista CRIOLO, definida como encarte do projeto), seu primeiro disco totalmente dedicado ao samba. Com dez canções inéditas, nove sendo autorais, o Espiral de Ilusão contou com um time de peso e capa de Elifas Andreato. Em 2018, Criolo se juntou a Mano Brown para uma turnê que deixou os fãs empolgados. Em 1o de outubro, o cantor lançou um single inédito, Boca de Lobo, junto com um clipe cinematográfico que trouxe uma retrospectiva e uma reflexão politica. Atualmente o clipe, dirigido por Denis Cisma e indicado ao 20o Grammy Latino na categoria geral Melhor Vídeo Musical em Versão Curta, conta com quase 4 milhões de visualizações em seu canal no YouTube. Em fevereiro de 2019, o lançamento do projeto Etérea veio acompanhado de uma nova música contra a homo e transfobia no Brasil e de um clipe e documentário, protagonizado por performers de coletivos LGBTQIA+ brasileiros. O clipe com direção de Gil Inoue e Gabriel Dietrich e o minidoc dirigido por Pedro Inoue e Tino Monetti circularam em diversos festivais de cinema pelo mundo. Etérea disputou também como a Melhor Canção em Língua Portuguesa no Grammy Latino do mesmo ano. Fechando 2019, Criolo atuou no filme O Juízo, com direção de Andrucha Waddington e que também conta com Fernanda Montenegro no elenco.

Em 2020, Criolo se juntou a Milton Nascimento para Existe Amor, projeto lançado durante a pandemia do COVID-19, formado por um EP com duas regravações dos músicos e duas inéditas (com arranjos de Arthur Verocai e Amaro Freitas) e um fundo para auxiliar a população em situação de vulnerabilidade social. Desde junho de 2020, Criolo também tem se dedicado à apresentação de conteúdos culturais e educacionais através de seu 1o canal de streaming, a Criolo TV, onde disponibiliza programação exclusiva, debates e muito mais na plataforma Twitch. Lançou ainda “Sistema Obtuso”, parceria com Tropkillaz e que ganhou um tecnológico videoclipe em realidade estendida (XR), além da parceria com Neguim. E Deekapz em “Fellini”.

Criolo iniciou 2021 com um show em realidade estendida (XR) em seu canal na Twitch, em comemoração ao aniversário de São Paulo. Em maio, participou da live "Clássicos do Samba” ao lado de Alcione, a transmissão fez parte da campanha de arrecadação de refeições “Faça parte: comece o que não tem preço”. Em junho, “Fellini” ganhou clipe em 3D, com referências a filmes do diretor italiano. O cantor foi uma das atrações da edição online da GameXP, que aconteceu em agosto.O cantor foi uma das atrações da edição online da GameXP, que aconteceu em agosto. Em setembro, lançou “Cleane”, parceria com Tropkillaz e uma homenagem à irmã, que faleceu em decorrência da Covid-19 esse ano. Com direção de Helder Fruteira, o clipe foi concebido em forma de manifesto, com alguns importantes e representativos signos para as sequências. Criolo também foi um dos brasileiros a se apresentar na Global Citizen Live in Rio. No dia 09 de dezembro, comemorando os 10 anos de “Nó Na Orelha”, Criolo disponibilizou nas plataformas digitais uma versão instrumental do álbum.

“Sobre Viver” chegou no 5 de maio de 2022 com o dom para fazer pontes, estabelecer encontros e propor diálogos entre o universo do rap e tantas outras quebradas da música do Brasil e do mundo. Com participação de Mayra Andrade, Milton Nascimento, Jaques Morelenbaum, MC Hariel, Liniker e a poeta Maria Vilani, mãe de Criolo. O rap é o princípio de tudo e é ele quem dá a caneta nas dez canções do álbum, mas o som e a musicalidade se desdobram em múltiplas referências, seguindo a vocação dos trabalhos que colocaram Criolo no centro do mapa da música brasileira produzida neste século. A turnê homônima estreou em São Paulo, no mesmo mês.

Depois de um show histórico no Rock in Rio, o álbum “Sobre Viver’ foi indicado na categoria “Melhor Álbum” no Prêmio Multishow e duas indicações ao Grammy Latino: Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa e Melhor Canção em Língua Portuguesa, com ME CORTE NA BOCA DO CÉU A MORTE NÃO PEDE PERDÃO, parceria de Criolo, Tropkillaz e Milton Nascimento.

No início de 2023, Criolo esteve mais uma vez ao lado de Silva, em algumas datas do Bloco do Silva. Seu último projeto lançado foi o clipe de “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais”, em parceria com o Soma+, projeto educacional da AKQA São Paulo que ajuda a expandir o conhecimento profissional de jovens talentos negros e indígenas, moradores de periferias do Brasil que desejam acessar o mercado publicitário. O clipe foi um dos produtos da campanha “Árvore da Riqueza”.

Em setembro, no primeiro dia do The Town, Criolo fez um show memorável e com participação do Planet Hemp no Palco The One. No último 26 de novembro, aniversário de Milton Nascimento, celebrando a data e também essa amizade, que presenteia sempre todos nós com obras atemporais, Criolo disponibilizou o clipe de “Dez Anjos”, composição da dupla, em princípio para Gal Costa, mas que também ganhou sua versão na voz dos cantores. O clipe da colaboração foi dirigido por Gabriel Bitar, um renomado diretor e artista brasileiro. Bitar, amplamente reconhecido por seu trabalho no aclamado longa-metragem de animação "Tito e os Pássaros", mostra mais uma vez seu talento excepcional ao criar uma narrativa visual impactante para "Dez Anjos".

2023 também é o ano que ficará marcado na vida e carreira de Criolo. Após ser indicado em duas categorias no Grammy Latino 2023, venceu pela primeira vez a premiação na categoria Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa, com “Distopia”, Planet Hemp & Criolo.

Criolo já começa 2024 com o pé direito, dando uma nova representação a canção “Lindo Lago do Amor”, concedida na voz de Gonzaguinha, no álbum " Viver Gonzaguinha” do Sambista Sombrinha. Criolo ainda fará uma participação no pré-carnaval de São Paulo, o cantor é um dos homenageados que se apresentam no desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.

Ainda em janeiro, o videoclipe da canção “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais” foi premiado no Music Video Festival como “Melhor Videoclipe Nacional Para Marca/Instituição”.

 

DJONGA

Daniel Shadow, conhecido artisticamente como DJonga, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1994. Ele é um rapper e compositor brasileiro, reconhecido por suas letras perspicazes e por abordar questões sociais em sua música e despontou na cena do rap brasileiro na década de 2010, tornando-se uma das vozes mais proeminentes do gênero no país.

DJonga é conhecido por suas letras que abordam questões raciais, sociais e políticas, refletindo sua visão crítica da sociedade brasileira. Ele é um dos fundadores do coletivo musical "Foco na Missão", que reúne artistas comprometidos com a mensagem e a qualidade musical e também é conhecido por suas performances intensas e carismáticas nos palcos, cativando o público com sua energia e presença de palco.

DJonga recebeu reconhecimento significativo em premiações nacionais e internacionais, como Prêmio Multishow de Música Brasileira: Artista Revelação em 2018; Prêmio MTV Miaw: Artista do Ano em 2019 e Prêmio BET Hip Hop Awards: Indicação na categoria de Melhor Artista Internacional em 2020. Dentre seus maiores hits, estão “Solto”, “Procuro alguém”, “Leal”, “Ladrão” e “O mundo é nosso”. Seu instagram acumula mais de 2 milhões de seguidores.

 

KAROL CONKA

Karol Conká, cujo nome de nascimento é Caroline dos Santos Oliveira, é uma rapper, cantora e compositora brasileira nascida em Curitiba, Paraná, em 1986. Ela ganhou destaque no cenário musical brasileiro com sua mistura única de hip-hop, música eletrônica e influências regionais.

Karol começou sua carreira na música no início dos anos 2000, participando de batalhas de rap e festivais locais em Curitiba. Em 2003, ela lançou seu primeiro EP, "Vô Lá". Porém, foi em 2011 que ela alcançou maior reconhecimento com o lançamento do álbum "Batuk Freak", que apresentava uma sonoridade inovadora e letras marcantes.

Em 2013, Karol Conká lançou seu segundo álbum, "A Vida É Pra Celebrar", consolidando sua posição como uma das principais vozes femininas no hip-hop brasileiro. Ela continuou a ganhar destaque com singles como "Tombei" e "É O Poder", que se tornaram hits nas rádios e nas pistas de dança de todo o Brasil.

O legado de Karol Conká na música brasileira é inegável, tendo sido uma das pioneiras em trazer o rap feminino para o mainstream do país e influenciando uma nova geração de artistas. Sua arte continua a inspirar e impactar pessoas ao redor do mundo.

 

MARCELO D2

Nascido no subúrbio nos melhores dias. Marcelo Maldonado Peixoto, a.k.a. Marcelo D2, é músico, compositor, rapper, diretor de cinema, marido, pai e avô. 55 anos, 25 de carreira e aquele espírito criativo inquieto que está sempre em busca do novo, do diferente, do fazer arte. E assim, segue escrevendo sua história como uma das figuras mais emblemáticas da música brasileira contemporânea.

Cria do Andaraí de alma cosmopolita, D2 tem o discurso afiado como poucos. A filosofia das ruas, a cultura do skate e uma capacidade única de absorver influências e produzir releituras extremamente singulares e pessoais dão o tom ao artista que inovou ao misturar rap com samba, que trouxe o raprocknrollpsicodeliahardcoreragga (tudo junto mesmo!) e que acaba de apresentar ao mundo uma nova sonoridade em seu último álbum solo. Em IBORU - que sejam ouvidas nossas súplicas - Marcelo traz o rap para o terreiro sagrado do samba e inaugura o movimento que batiza de Novo Samba Tradicional.

Carismático e de uma simplicidade encantadora, Marcelo é aquele tipo de artista que transita entre extremos com naturalidade. É fundador do Planet Hemp, preso por suas letras em 1997 e que, em 2024, ganhou não só uma, mas duas estatuetas do prêmio mais importante da música mundial - o Latin Grammy com o álbum "JARDINEIROS". É o primeiro (e único) artista do mundo a gravar um samba no lendário Electric Lady Studios, estúdio de Jimi Hendrix em Nova Iorque (Na Veia, Nada Pode Me Parar, 2014). É, ao mesmo tempo, o cara que canta Bezerra da Silva (Marcelo D2 canta Bezerra, 2010) e o que sai em turnê pela Europa com um projeto de Jazz (Marcelo D2 & SambaDrive, 2017). É ainda o artista que traz o grave da 808 para dentro da batida orgânica do Samba.

D2 já levou seu som para 28 países em 5 continentes, ocupando os palcos mais simbólicos da história da música e se apresentando nos festivais mais importantes do mundo. Seus 21 álbuns - 7 com o Planet Hemp e 14 em carreira solo - acumulam prêmios. Dois Grammys Latinos com o Planet Hemp - JARDINEIROS (2024); Três discos de ouro - A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000), MTV Ao Vivo: Planet Hemp (2001) e Marcelo D2 - Acústico MTV (2004), sendo este último conquistado em apenas uma semana de vendas; nove VMBs, quatro prêmios Multishow de Música, três prêmios TIM de Música, dois prêmios APCA e um prêmio SIM. Sem falar nas indicações ao Grammy com A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000) e Assim Tocam os MEUS TAMBORES (2021). Nas plataformas digitais, sua discografia solo ultrapassa os 500 milhões de streams.

Como nada pode lhe parar, Marcelo D2 permanece inventando e se reinventando. Afinal, o que mais vale é o que se descobre durante o percurso à procura da batida perfeita. E esse caminho ele trilha com maestria e sagacidade desde 1967.

 

RAEL

A história de Rael se confunde com a da cultura hip hop e a do rap nacional. Isso porque o primeiro contato do artista nascido no Jardim Iporanga, na Zona Sul de São Paulo, foi no Largo São Bento, berço do movimento no Brasil. Se o break foi o que despertou o interesse dele pela arte, foi o Racionais MC’s que chamou a sua atenção para a música. O disco de estreia do grupo, Raio X Brasil (1993), foi o responsável por alertar Israel Feliciano, àquela altura com 11 anos de idade, sobre o racismo existente na sociedade. Desde cedo, então, arriscou alguns covers e rimas, mas foi a partir de 2000, quando criou o coletivo Pentágono – ao lado de Apolo, Massao, Dodiman, Paulo Msário e DJ Kiko –, que a sua caminhada começou a se configurar de maneira mais sólida. Ali, inclusive, já ficava evidente uma das suas principais características artísticas: um som pautado pelo rap e que vem acompanhado de nuances de outros estilos. "Eu sempre misturei o rap com outros gêneros, nunca quis me aprisionar a nomenclaturas pré-estabelecidas pelo mercado", ele explica. Ainda ganhando espaço no Brasil, mas já nos holofotes do cenário internacional, o afrofusion tem sido a principal fonte de pesquisa e de inspiração de Rael. Trata-se da produção musical contemporânea sendo feita nos países do oeste do continente africano. "Acredito que é aí onde enxergo a minha música se encaixar com maior naturalidade", pensa.

Após dois discos e um EP com o Pentágono, Rael entrou em um processo criativo de composição que lhe permitiu pensar também em um primeiro trabalho-solo: MP3 – Música Popular do Terceiro Mundo (2010). As atividades do Pentágono se encerram em 2012, então o cantor e compositor paulistano passou a se dedicar totalmente à própria caminhada.

Rael já participava de alguns shows de Emicida quando ele virou um artista do selo do rapper, a Laboratório Fantasma. O trabalho conjunto deu novas dimensões à sua carreira. Produzido por Beatnick & K-Salaam, que já trabalharam com Mos Def e Lauryn Hill, o álbum Ainda Bem Que Eu Segui As Batidas Do Meu Coração (2012) deu um maior alcance ao artista. Foi com o EP Diversoficando (2014), contudo, que Rael explodiu de forma nacional. Parte do sucesso se deu pelo single “Envolvidão”, cujo videoclipe soma mais de 100 milhões de views e já ganhou versões de Ludmilla, Thiaguinho e Vitor Kley. Ali, ficou evidente também o talento dele para criar músicas para além de um nicho,

com veia bastante popular. Rodou pelas principais casas de show do país, tocou nos mais relevantes festivais, fez shows nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa, na Oceania e ainda dividiu o palco com artistas do calibre de Caetano Veloso, Elza Soares, Seu Jorge e Jair Rodrigues.

Contemplado pelo edital da Natura Musical, Rael chegou com o disco Coisas do Meu Imaginário em 2016. Com produção de Daniel Ganjaman e participação de Black Alien, Chico César, entre outros, o trabalho rendeu a Rael uma indicação ao Grammy Latino na categoria melhor álbum de música urbana, concorrendo com nomes de toda a América Latina. A outra indicação que teve no Grammy Latino foi com a música “A Chapa É Quente”, do projeto Língua Franca (2017), parceria em que ele, Emicida e os rappers portugueses Capicua e Valete celebram a língua comum entre os dois países. Em 2017, Rael ganhou o Prêmio da Música Brasileira na categoria “Melhor Cantor de Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk”.

Após o lançamento de um disco ao vivo e uma turnê com músicas de Vinicius de Moraes, além do programa de YouTube “Rael Convida”, Rael colocou na rua, no segundo semestre de 2019, o seu terceiro disco de estúdio. Intitulado Capim Cidreira, o álbum de pegada pop é responsável por amplificar - mais uma vez - as mensagens do artista; e reforça a facilidade com que ele transita entre o rap e o pop. Prova disso, para além do repertório, são as participações especiais, no caso a do trio good vibes Melim e a do cantor e compositor Thiaguinho. A parceria com Thiaguinho, inclusive, não é de hoje. Ele começou a cantar “Envolvidão” em suas apresentações e também convidou Rael para participar da faixa “Miopia Ocular”.

Ao longo de toda essa caminhada, é possível afirmar que a afinidade de Rael com o violão foi a responsável por diferenciá-lo dos seus companheiros do rap, lhe rendendo não apenas singularidade, mas também destacando-o como um dos nomes mais versáteis da sua geração. Em 2020, ele lançou um EP acústico em que se dedica - pela primeira vez - ao formato tão celebrado pelos seus fãs e pela audiência brasileira. Trata-se do EP Capim-Cidreira (Infusão), foi feito com o objetivo de se tornar um instrumento de ajuda a superar os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus. Além de apresentar músicas do seu repertório com novas texturas, ele incluiu a faixa inédita "Rei do Luau", uma parceria com IZA. A estreia deste trabalho foi marcada por uma ação game Avakin Life, no qual Rael ganhou um avatar e o próprio luau.

Rael encerra o ano tendo como foco manter o contato com os fãs. Para isso, ele criou o "Do Quintal", um projeto audiovisual com vídeos gravados diretamente do

quintal da casa do artista, em São Paulo. Os vídeos semanais - lançados sempre às terças-feiras - trazem duas propostas: uma releitura de alguma música da carreira e um comentário a respeito da mesma canção.

Em 2021, Rael se uniu à cantora Céu e RDD no single "Passiflora", um convite para uma reflexão urgente sobre saúde mental, autocuidado e emergência climática, tornando cada vez mais efetivo o seu discurso a respeito do meio ambiente e do autocuidado. Já em “Aquarela Luz”, Rael mistura o pop, reggae, trap e rap em um encontro inédito com Dada Yute e Matuê, contando com a contribuição do trio Dogz para a composição.

Um lado mais romântico foi evidenciado no ano seguinte, por meio da música “Teu Sorriso”, que traz a cantora Cynthia Luz em um som leve que resgatou o histórico do artista de hits como “Aurora Boreal” e “Envolvidão”. A faixa “Direção” versa que “o plano é ficar relax”, em uma parceria da Laboratório Fantasma com o Gringo, Super App que simplifica a vida dos motoristas, com o objetivo de ser um presente para os 10 milhões de clientes da startup. Em novembro de 2022, partindo da vontade de retomar as festas de cultura black, que moldaram Rael, foi estreado o Baile do Rael, com apresentações esgotadas no Circo Voador, no Rio de Janeiro, e na Casa Natura Musical, em São Paulo. O músico recebeu diversas atrações e proporcionou uma experiência coletiva aos fãs, trazendo influências do afroreggae e do afropop.

Já em 2023, Rael se reúne com o cantor e rapper brasileiro, Slim Rimografia, para lançar o single “Deixa no Gelo”, e atualmente se prepara para o lançamento de um novo formato de projeto em sua carreira. Ao lado da jornalista Maju Coutinho, o artista apresenta uma nova série do Fantástico (TV Globo), o especial “Música Preta Brasileira”, que explora a história da cultura musical negra e reúne diferentes convidados, como Gilberto Gil, Russo Passapusso, Luedji Luna e Carlinhos Brown. O programa será apresentado todo domingo, no Fantástico, a partir do dia 05/11.

 

RINCON SAPIÊNCIA

O MC, produtor e empresário Rincon Sapiência é um artista de destaque na cena musical brasileira. Em 2017, lançou Galanga Livre, seu álbum de estreia, que entrou para a lista dos 50 melhores álbuns da música brasileira de 2017 da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) e ganhou dois troféus do Superjúri no Prêmio Multishow daquele ano. A premiação também rendeu o título de Revelação do Ano, reforçado pela sua eleição como Artista do Ano pela APCA e a escolha como melhor disco do ano pela revista Rolling Stone Brasil. Sapiência trabalhou na divulgação do álbum no Brasil e no exterior, período em que também reafirmou a sua versatilidade artística em parcerias musicais com Sidney Magal, Alice Caymmi, Rubel, Drik Barbosa e IZA. Em 2018, o artista lançou o seu próprio selo musical independente, chamado MGoma, apostando em seu reconhecimento como um dos produtores musicais mais respeitados da cena. Em novembro de 2019, Rincon lançou “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, seu tão aguardado segundo álbum de carreira, inteiramente produzido e dirigido por ele.

 

XAMÃ

Das batalhas de rap à consagração como uma das maiores potências da música nacional. Esse é Xamã, que disparou e vem dominando os charts dos serviços de streaming. Nascido em Setiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Geizon Fernandes – nome de batismo – se apaixonou pelas rimas ainda na infância, e aos 12 anos ganhou seu primeiro concurso de poesia.

Todavia, o interesse pela música foi descoberto mais tarde. Criado em meio aos discos de Frank Sinatra, Nat King Cole, Raça Negra e Beto Barbosa, o menino, que atualmente tem em seu portfólio três álbuns, três EP’s e soma mais de 9,5 milhões de ouvintes mensais somente no Spotify, sonhava em ser jogador de futebol.

Já crescido, os planos mudaram e ele passou a dividir seu tempo entre a faculdade de Direito e o expediente em uma loja de roupas. Lá, ele atendia o público e organizava vitrines ao som de Cone Crew, Marechal e outros nomes do rap, o que foi determinante para o início de sua trajetória no segmento. Quando falava com os clientes, mostrava o produto rimando.

Tempos depois, trabalhou vendendo balas, amendoim e outras guloseimas nos trens da capital. Nesse mesmo período, descobriu nas batalhas de rap uma chance de mostrar o seu talento. Foi numa delas, embaixo do viaduto de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, que ele teve sua primeira vitória e, consequentemente, seu primeiro ‘cachê’. Versátil e autêntico, o cantor começou a ganhar notoriedade.

Antes do sucesso solo em todo Brasil e das turnês internacionais, com shows nos Estados Unidos, Europa, África e Austrália, Xamã fez parte de alguns coletivos de hip hop, como Cartel MC’s, Poesia Acústica, entre outros. Além disso,  ao lado de Mc Estudante,  formou a dupla chamada Xamã x Estudante. Foi nesse período que ele lançou ‘Flow de Amendoim’, uma das canções mais marcantes da sua discografia.

‘Pecado Capital’, seu álbum de estreia na carreira solo, foi lançado em 2018 com 13 faixas carregadas de texturas, criatividade e metáforas. Abraçado pelo público, o compilado rendeu alguns sucessos, como ‘Luxúria’ e ‘A Bela e A Fera’, fazendo com que no ano seguinte, em 2019, fosse escalado para apresentar seu flow no Rock In Rio.

No final do mesmo ano, quando ainda era uma promessa do rap brasileiro, ele apresentou ‘O Iluminado’. Numa espécie de jornada do herói, o segundo disco da carreira do artista foi inspirado na sétima arte, construindo uma ponte entre a poesia e o audiovisual. O trap e o rock ditaram o ritmo das canções, que traziam nos títulos clássicos do cinema, como ‘Matrix’, ‘Taxi Driver’ e ‘Central do Brasil’.

Em 2020, o rapper revelou suas rimas sobre os 12 signos em um álbum repleto de participações especiais, entre elas Luísa Sonza, Agnes Nunes, Marília Mendonça e Gloria Groove. Recheado com uma abundância de estilos musicais, como pop, rock, funk e pagode, ‘Zodíaco’ trouxe letras mais pessoais e impulsionou a ascensão do compositor na cena musical brasileira.

Além dos álbuns de estúdio, Xamã divulgou três EP’s: são eles: ‘Elas Por Elas’ (2019), em parceria com Agnes Nunes, ‘Como Sobreviver ao Fim do Mundo Dançando’ (2020), e ‘Acústico Cancún’ (2021). Todas as coleções da carreira solo do artista foram lançadas pela gravadora Bagua Records.

Nas últimas semanas de 2021, ele revelou o mega hit ‘Malvadão 3’. A música rapidamente viralizou nas redes sociais, levando Xamã para o top 50 Global e para o topo do Spotify Brasil, onde quebrou recordes ao se tornar a canção que ficou mais tempo em primeiro lugar na plataforma. Como se não bastasse, também foi número #1 na Billboard Brasil, e contribuiu para que Xamã fosse, por várias semanas consecutivas, o artista masculino mais ouvido do país.

“Dublê de Marido” é a atual música de trabalho do artista. O single estreou no TOP 200 do Spotify Brasil. Com produção de Pedro Lotto, o single mescla o rap ritmado com a sensualidade do funk, trazendo elementos do trap e uma pitada de R&B. Em uma energia envolta pelo mistério, reforçada pela identidade visual construída especialmente para o single, Xamã faz um tributo à sua malvadona, uma mulher de atitude que toma as rédeas da vida. No videoclipe, a malvadona é interpretada pela rainha do rebolado, Gretchen. “Dublê de Marido” é o primeiro single do álbum de mesmo nome que vai falar sobre o amor livre e tem previsão de lançamento para este ano.

Ainda para 2022, o artista prepara diversos lançamentos e novidades ao público. Uma dela é o retorno aos palcos do Rock In Rio para duas grandes performances no Palco Sunset: o seu show completo e uma homenagem à edição de estreia do festival, em 1985, ao lado de nomes como Ivan Lins, Alceu Valença, Elba Ramalho, Agnes Nunes e Luísa Sonza, presenteando o público com um encontro de gerações em uma apresentação especial no “1985: A Homenagem”.